JORNAL TIPITÍ
SOBRE O JORNAL
Por que o nome tipití?
O jornal chama-se Tipití em referência a um tipo de prensa indígena de nome tipiti que é feita de palha trançada em que se processa a mandioca da espécie “brava” e de onde se extrai um caldo considerado nobre e de sabor ácido chamado tucupí. A ideia inicial dos alunos era a de que o jornal se chamasse “Tititi” por causa das conversas geradas pela escrita dos textos. Dissemos aos alunos que “Tititi” era o nome de uma revista cujo objetivo era o de bisbilhotar a vida de famosos e que o objetivo do jornal escolar era outro. Buscamos então, junto com os alunos, uma aproximação sonora com a palavra “Tititi”, mas em que o significado trouxesse um efeito de discutir e ao mesmo tempo evocar a produção de mudanças. Desse modo, chegamos ao nome “Tipití” na qual o jornal funcionaria como uma prensa em que se dariam as discussões, denúncias e críticas equivalendo a mandioca do tipo “brava”/ coragem e dessa “prensagem de informações” o leitor retiraria suas próprias conclusões e quem sabe provocaria mudanças concretas de atitudes no espaço escolar, perfazendo o tucupí.
A DIFICULDADE DOS ALUNOS DO CACAU
A DIFICULDADE DOS ALUNOS DO CACAU
Muitos alunos da comunidade quilombola do Cacau que fica no município de Colares precisam sair da sua localidade e ir pra outra cidade para poder estudar. Mais de 24 alunos estudam para Vigia porque se tivesse uma escola boa no Cacau não iriam estudar fora de lá.
Nós alunos acordamos cinco da manhã para tomar banho, se arrumar e ainda andar um quilômetro em uma ponte até chegar no porto para esperar a lancha. Não pagamos passagem porque somos estudantes. Passamos por dois rios. O rio Tauá Pará e o rio Guajará. Essa lancha só passa nos horários das 6:30 e volta 12:00. Quando a gente chega na escola, muitas vezes os professores já estão em sala de aula, e nisso já perdemos
o começo da explicação. Os professores passam trabalhos em equipes, mas não temos condições porque a lancha só passa de manhã. Mas os professores não pensam nos alunos do Cacau porque muitas vezes nós não temos condições de pesquisar os trabalhos a qualquer hora, é isso que nos deixa preocupado, nem todos os professores entendem essa distância que nos separa. Uma colega
nossa nos contou que “ os professores tinham que entender que a lancha não
chega cedo no porto, principalmente quando a maré está de lanço (maré cheia e água forte)”.
A aluna também falou: “Eu só queria que os professores entendessem esse nosso lado”. Sim! E pensamos que para chegar cedo os alunos tinham que se acordar mais cedo as 4 horas para tomar banho, se arrumar e tomar café e estar aqui na Vigia umas 7:00. Nós temos o direito de chegar na escola e eles, os professores, de explicarem o que eles falaram desde o início. Porque só conseguimos chegar 7:30 em Vigia e ainda andar até chegar na escola e o horário de entrada é as 7:15.
Um pouco mais de atenção seria legal e não custa nada.
OS BANHEIROS
As condições do banheiro masculino da escola são precárias porque as paredes e o piso ficam sempre sujos, ficam com um aspecto de umidade, também estão molhados. Até hoje não vimos nenhuma equipe se conscientizar para limpar o banheiro e quando alguém limpa não adianta nada porque muitas coisas estão quebradas como a porta, a pia e os vasos e a encanação. Não há sabão para higienizar as mãos. É só água mesmo. As descargas não funcionam. Entrevistamos dois alunos que estudam desde o 6º ano na escola.
Perguntamos 08 a um dos alunos o que ele achava das condições do banheiro. O aluno disse que as condições do banheiro são péssimas, desde o 6º ano quando os alunos fumavam drogas no banheiro. Sobre a resposta do aluno é correto afirmar que as condições do banheiro são verdadeiramente péssimas e os alunos que fumavam foram repreendidos de suas ações.
Fizemos uma outra pergunta para o aluno sobre o que deveria melhorar no banheiro. O aluno disse: “queria que melhorasse o cheiro porque é insuportável e as descargas, porque tudo que nós fazemos no vaso fica lá e não tem como descer para a fossa”. Sobre isso, muitas coisas têm 16 que ser melhoradas principalmente o cheiro do banheiro e as descargas.
MAIS SOBRE O BANHEIRO DA ESCOLA
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Não estamos satisfeitos com o banheiro porque a situação dele não é boa. As paredes estão sujas de batom, caneta, lápis, tintas e corretivo, também as portas estão sujas e não tem fechaduras. Aliás, tem, mas, não presta. Além disso, está tudo riscado com corações, nome de alunos com desenhos inapropriados para os alunos menores.
Todos os banheiros tem vasos, mas do que adianta se todos são sujos para nós usarmos? E mais uma: não tem papel higiênico. Nós temos a obrigação de ter um banheiro mais limpo.
Quando entramos no banheiro, nosso pé molha todo porque a pia fica entupida e às vezes fica ligada porque não dá pra fechar, fica alagado e suja, fica igual uma poça de lama.
Estão faltando algumas lâmpadas e não tem botão de ligar só com alguns fios expostos o que é perigoso.
Entrevistamos uma aluna e pedimos a opinião dela. Ela disse que “os banheiros das escolas públicas é uma tristeza. Não tem condições boas e eu tenho certeza que não é só aqui na nossa escola, mas sim, em outras escolas também, os banheiros escolares parecem banheiros de festas (dizemos assim), é um horror, dá até desgosto só de olhar para o banheiro.” E as soluções para os problemas apresentados? A solução é que os alunos se unam para reclamar das condições dos banheiros na diretoria para que eles tomem atitudes para resolver esses “pequenos” problemas. Só porque eles têm o banheiro deles limpinho, eles não tão nem aí pro nosso. O responsável pela mudança somos nós alunos e também os responsáveis pela escola.
VAMOS FALAR DE ALGUNS BANHEIROS DE ESCOLAS PÚBLICAS?
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O banheiro masculino de algumas escolas públicas nem parece um banheiro porque fedem mais que um lixão. Os vasos sanitários nenhum prestam. Colocaram uns chuveiros para os jogos escolares, só que o chuveiro ficou com vazamento e o banheiro só vive molhado e sujo de terra, as descargas nem prestam mais para usar porque estão quebradas e as paredes todas riscadas e uma até quebrada. Os banheiros tão uma desgraça. Decidi entrevistar meu amigo Fabrício. Ele falou que o banheiro tá uma “merda”, ele nem entra lá. “Não podemos nem puxar a descarga porque a fossa começa a feder”. Eu concordo com ele. Eu e ele estudamos na mesma sala ao lado da fossa, tem dias que a fossa está que é impossível estudar.
Uma solução seria secar a fossa, reformar o banheiro e acabar com os vazamentos. Por favor, ouçam nós. Só entrevistamos um aluno e não quisemos entrevistar outras pessoas responsáveis pela escola para ter mais informação porque teve um caso que aconteceu com uma outra equipe que pegou uma esculhambação por estarem investigando problemas na escola. A gente não quer isso, mas também não podemos deixar de falar.
ODOR FATAL
.....................................
Algumas escolas estaduais no Pará apresentam problemas com a fossa. Existem casos em que maus cheiros acabam prejudicando os alunos, que sentem dores de cabeça, mal estar entre outros sintomas. O mau cheiro invade as salas e faz com que os professores liberem os alunos e até em alguns casos, realizar as aulas na cantina escolar.
Tem casos em que os alunos organizam cinemas para ajudar as escolas. Esses cinemas contam com ajudas de alunos e professores que se distribuem nas funções de vender e convidar os alunos e até os porteiros ajudam nisso. Esses cinemas arrecadam em média oitenta reais com valores de ingressos no valor de quatro reais.
Em algumas situações o dinheiro arrecadado não é utilizado para o propósito inicial. E isso deve ser denunciado, como por exemplo, usar este dinheiro para pagar festas que acontecem dentro das escolas. Em depoimento, uma aluna nos conta um pouco desta situação:
“A fossa estava com um odor horrível, a escola disse que não tinha dinheiro para consertar o problema, então os alunos ajudaram, mas o dinheiro foi usado para pagar o bolo de aniversário da escola. Porém, no outro dia apareceu um dinheiro e pela primeira vez na vida os alunos foram ouvidos e a escola deu um jeito no problema”.
Não sabemos o que houve realmente, e muito menos se os alunos foram mesmo ouvidos, mas o que fica claro é que podemos ver o quanto as escolas do Pará tem a necessidade de ser ajudadas em suas estruturas e sempre devemos verificar em que o dinheiro está sendo empregado.
SOBRE A MERENDA ESCOLAR
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Não é de hoje que a gente ouve falar dos problemas de merenda nas escolas públicas paraenses, pois, falta merenda, não tem quem prepare os lanches, entre outros problemas. Existem casos em que a direção das escolas afirma que não chega a quantidade ideal de merenda, mas essa fala geralmente entra em discordância com a fala das secretarias que enviam o alimento. Estas dizem não ter conhecimento exato da quantidade de alunos atendidos e que é transferida para as escolas de quinze em quinze dias comidas como: canja, melancia, picadinho, macarrão, laranja, bolacha creme craker e sucos de frutas naturais e que existe um cardápio elaborado a ser seguido. Enquanto isso as direções afirmam que só tem mingau.
As direções escolares falam que “quando chega as verduras, muitas das vezes se estragam, pois a quantidade é muito grande, e muita das vezes os acompanhamentos não chegam para usar as verduras”. Ficamos pensando, se chega verduras, por que só fazem mingau de arroz? Então o que fazem com as verduras? Fica uma dúvida no ar, porque não vemos essas verduras serem usadas nas merendas, já que as direções afirmam que só chega mingau de arroz. O que será que acontece? Bom, a nossa experiência enquanto escrevíamos esse texto foi muito interessante, porque descobrimos que uma história pode ter mais de uma verdade dependendo de quem conta ela e achamos que isso ajuda o leitor na hora de tirar sua própria concepção. Percebemos ainda que falar sobre um assunto que envolve secretarias e direções escolares não agrada muito as pessoas que se acham poderosas. E isso nos incomodou bastante, pois pareceu que nós alunos estávamos agindo errado em ir obter informações. Brigaram conosco, e hoje algumas pessoas nos olham de lado, nos ignoram porque escolhemos enxergar a verdade. Até nossos pais ficaram chocados com esses acontecimentos quando contamos pra eles cada detalhe do que passamos para escrevermos esse texto.
Durante nossas entrevistas e pesquisas observamos que várias comidas começaram a aparecer na escola e até surgiu uma pessoa para preparar os lanches. Então perguntamos: valeu a pena conhecer a verdade e ir em busca dos nossos direitos? Como fazer isso? Evitando acreditar em tudo o que se lê nos jornais por aí e no que nos dizem. O principal é não ficar apenas calado, pois só assim nos livramos da desgraça.
A FALTA DE MERENDA
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A falta de merenda é um problema de muitas escolas que ainda não foi resolvido, mesmo que exista merenda, muitos alimentos se estragam nas escolas. Os alunos da zona rural, como Tujuí, Tujal e Cacau acordam cedo pra pegar ônibus ou barco e tomam um simples café na esperança de ter merenda, mas não tem, e ficam com essa refeição até voltar pra suas casas, infelizmente isso prejudica os alunos tanto da zona rural como da zona urbana. Temos merenda, mas não tem merendeira na nossa escola no turno da manhã. O representante da SEDUC deveria “abrir os olhos” para nossa situação e contratar uma merendeira. Por que as escola públicas são desfavorecidas pela falta de recursos na merenda, manutenção e limpeza? E por que os alunos das escolas públicas não podem se manifestar contra essas causas, já que quando se manifestam , tem sempre alguém que fica com raiva ou diz “se manifestar não é importante”. O que seria importante? Ficar calado que não é.
Durante a escrita desse texto, finalmente, atenderam nosso pedido. Depois de 8 anos contrataram uma funcionária que está fazendo merenda a cada três dias para nossa escola.
MAIS SOBRE O BANHEIRO DA ESCOLA
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Não estamos satisfeitos com o banheiro porque a situação dele não é boa. As paredes estão sujas de batom, caneta, lápis, tintas e corretivo, também as portas estão sujas e não tem fechaduras. Aliás, tem, mas, não presta. Além disso, está tudo riscado com corações, nome de alunos com desenhos inapropriados para os alunos menores.
Todos os banheiros tem vasos, mas do que adianta se todos são sujos para nós usarmos? E mais uma: não tem papel higiênico. Nós temos a obrigação de ter um banheiro mais limpo.
Quando entramos no banheiro, nosso pé molha todo porque a pia fica entupida e às vezes fica ligada porque não dá pra fechar, fica alagado e suja, fica igual uma poça de lama.
Estão faltando algumas lâmpadas e não tem botão de ligar só com alguns fios expostos o que é perigoso.
Entrevistamos uma aluna e pedimos a opinião dela. Ela disse que “os banheiros das escolas públicas é uma tristeza. Não tem condições boas e eu tenho certeza que não é só aqui na nossa escola, mas sim, em outras escolas também, os banheiros escolares parecem banheiros de festas (dizemos assim), é um horror, dá até desgosto só de olhar para o banheiro.” E as soluções para os problemas apresentados? A solução é que os alunos se unam para reclamar das condições dos banheiros na diretoria para que eles tomem atitudes para resolver esses “pequenos” problemas. Só porque eles têm o banheiro deles limpinho, eles não tão nem aí pro nosso. O responsável pela mudança somos nós alunos e também os responsáveis pela escola.
VAMOS FALAR DE ALGUNS BANHEIROS DE ESCOLAS PÚBLICAS?
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O banheiro masculino de algumas escolas públicas nem parece um banheiro porque fedem mais que um lixão. Os vasos sanitários nenhum prestam. Colocaram uns chuveiros para os jogos escolares, só que o chuveiro ficou com vazamento e o banheiro só vive molhado e sujo de terra, as descargas nem prestam mais para usar porque estão quebradas e as paredes todas riscadas e uma até quebrada. Os banheiros tão uma desgraça. Decidi entrevistar meu amigo Fabrício. Ele falou que o banheiro tá uma “merda”, ele nem entra lá. “Não podemos nem puxar a descarga porque a fossa começa a feder”. Eu concordo com ele. Eu e ele estudamos na mesma sala ao lado da fossa, tem dias que a fossa está que é impossível estudar.
Uma solução seria secar a fossa, reformar o banheiro e acabar com os vazamentos. Por favor, ouçam nós. Só entrevistamos um aluno e não quisemos entrevistar outras pessoas responsáveis pela escola para ter mais informação porque teve um caso que aconteceu com uma outra equipe que pegou uma esculhambação por estarem investigando problemas na escola. A gente não quer isso, mas também não podemos deixar de falar.
ODOR FATAL
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Algumas escolas estaduais no Pará apresentam problemas com a fossa. Existem casos em que maus cheiros acabam prejudicando os alunos, que sentem dores de cabeça, mal estar entre outros sintomas. O mau cheiro invade as salas e faz com que os professores liberem os alunos e até em alguns casos, realizar as aulas na cantina escolar.
Tem casos em que os alunos organizam cinemas para ajudar as escolas. Esses cinemas contam com ajudas de alunos e professores que se distribuem nas funções de vender e convidar os alunos e até os porteiros ajudam nisso. Esses cinemas arrecadam em média oitenta reais com valores de ingressos no valor de quatro reais.
Em algumas situações o dinheiro arrecadado não é utilizado para o propósito inicial. E isso deve ser denunciado, como por exemplo, usar este dinheiro para pagar festas que acontecem dentro das escolas. Em depoimento, uma aluna nos conta um pouco desta situação:
“A fossa estava com um odor horrível, a escola disse que não tinha dinheiro para consertar o problema, então os alunos ajudaram, mas o dinheiro foi usado para pagar o bolo de aniversário da escola. Porém, no outro dia apareceu um dinheiro e pela primeira vez na vida os alunos foram ouvidos e a escola deu um jeito no problema”.
Não sabemos o que houve realmente, e muito menos se os alunos foram mesmo ouvidos, mas o que fica claro é que podemos ver o quanto as escolas do Pará tem a necessidade de ser ajudadas em suas estruturas e sempre devemos verificar em que o dinheiro está sendo empregado.
SOBRE A MERENDA ESCOLAR
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Não é de hoje que a gente ouve falar dos problemas de merenda nas escolas públicas paraenses, pois, falta merenda, não tem quem prepare os lanches, entre outros problemas. Existem casos em que a direção das escolas afirma que não chega a quantidade ideal de merenda, mas essa fala geralmente entra em discordância com a fala das secretarias que enviam o alimento. Estas dizem não ter conhecimento exato da quantidade de alunos atendidos e que é transferida para as escolas de quinze em quinze dias comidas como: canja, melancia, picadinho, macarrão, laranja, bolacha creme craker e sucos de frutas naturais e que existe um cardápio elaborado a ser seguido. Enquanto isso as direções afirmam que só tem mingau.
As direções escolares falam que “quando chega as verduras, muitas das vezes se estragam, pois a quantidade é muito grande, e muita das vezes os acompanhamentos não chegam para usar as verduras”. Ficamos pensando, se chega verduras, por que só fazem mingau de arroz? Então o que fazem com as verduras? Fica uma dúvida no ar, porque não vemos essas verduras serem usadas nas merendas, já que as direções afirmam que só chega mingau de arroz. O que será que acontece? Bom, a nossa experiência enquanto escrevíamos esse texto foi muito interessante, porque descobrimos que uma história pode ter mais de uma verdade dependendo de quem conta ela e achamos que isso ajuda o leitor na hora de tirar sua própria concepção. Percebemos ainda que falar sobre um assunto que envolve secretarias e direções escolares não agrada muito as pessoas que se acham poderosas. E isso nos incomodou bastante, pois pareceu que nós alunos estávamos agindo errado em ir obter informações. Brigaram conosco, e hoje algumas pessoas nos olham de lado, nos ignoram porque escolhemos enxergar a verdade. Até nossos pais ficaram chocados com esses acontecimentos quando contamos pra eles cada detalhe do que passamos para escrevermos esse texto.
Durante nossas entrevistas e pesquisas observamos que várias comidas começaram a aparecer na escola e até surgiu uma pessoa para preparar os lanches. Então perguntamos: valeu a pena conhecer a verdade e ir em busca dos nossos direitos? Como fazer isso? Evitando acreditar em tudo o que se lê nos jornais por aí e no que nos dizem. O principal é não ficar apenas calado, pois só assim nos livramos da desgraça.
A FALTA DE MERENDA
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A falta de merenda é um problema de muitas escolas que ainda não foi resolvido, mesmo que exista merenda, muitos alimentos se estragam nas escolas. Os alunos da zona rural, como Tujuí, Tujal e Cacau acordam cedo pra pegar ônibus ou barco e tomam um simples café na esperança de ter merenda, mas não tem, e ficam com essa refeição até voltar pra suas casas, infelizmente isso prejudica os alunos tanto da zona rural como da zona urbana. Temos merenda, mas não tem merendeira na nossa escola no turno da manhã. O representante da SEDUC deveria “abrir os olhos” para nossa situação e contratar uma merendeira. Por que as escola públicas são desfavorecidas pela falta de recursos na merenda, manutenção e limpeza? E por que os alunos das escolas públicas não podem se manifestar contra essas causas, já que quando se manifestam , tem sempre alguém que fica com raiva ou diz “se manifestar não é importante”. O que seria importante? Ficar calado que não é.
Durante a escrita desse texto, finalmente, atenderam nosso pedido. Depois de 8 anos contrataram uma funcionária que está fazendo merenda a cada três dias para nossa escola.
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Comentei com minha mãe...
Comentei com a minha mãe sobre a situação da falta de merenda e ela me falou que nós alunos temos que falar, “correr atrás dos nossos direitos” mesmo sobre o que falta na escola e foi isso o que nós alunos fizemos para a direção da escola contratar uma merendeira, mas infelizmente ocorreu outro caso, a direção da escola fez a sua parte contratou uma merendeira agora nós queremos saber por que que não tem merenda todos os dias?
Para ter merenda, os dias são escolhidos, por exemplo, dia de quarta feira e sexta feira, será porque acabou os alimentos ou eles estão vencidos?
Agora nós teremos que correr atrás da merendeira e da diretora da escola para saber o que está acontecendo. Ainda acontece muitos assuntos pendentes a serem tratados por exemplo, a quadra de esportes ainda continua sem cobertura há alguns meses atrás haviam colocado ferros para levantar a cobertura mas “por opção e pela segurança” dos alunos tiveram que tirar, porque o governo só deixou os ferros e não veio fazer mais nada.
E a minha mãe continuou a falar que nós alunos temos que continuar a correr atrás dos nossos direitos. Ela acha que talvez os alunos estejam despreocupados com o assunto, mas isso não pode acontecer.
AS ESCOLAS PÚBLICAS QUE PRECISAM DE UMA ESTRUTURA
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As escolas do Estado do Pará precisam de uma melhoria para que os alunos possam praticar atividades físicas. Os alunos querem melhorias para as escolas pra se sentirem confortáveis, com arquibancadas na quadra de esportes para os alunos torcerem e ficarem olhando os outros que vão fazer exercícios. Queremos também pinturas na quadra e nas cestas de basquete, queremos uma obra na quadra para ficar melhor para os atletas, queremos que ajeite os lados que estão só sujeiras ao redor dela, por isso estamos pedindo para ajudar a gente com a nossa quadra porque queremos que ela mude e melhore. Para que possamos zelar e praticar os esportes. Um aluno disse que se sente incomodado por não poder praticar exercícios físicos, por causa da quadra que está nessas condições. Mas será que o governo pensa da mesma forma?
Agora na época de política como todo mundo diz “a população tem que ter escolas de qualidade” então pensamos que nós alunos de escolas públicas não fazemos parte da população porque a estrutura da nossa escola não é de qualidade.
O que escrevemos pode até parecer um pedido pra político, mas não, é obrigação deles dar estruturas para as escolas, pois eles (os políticos) são parte da população.
SOBRE VANDALISMO...
O vandalismo nas escolas do Pará é visto constantemente. O que mais é comum de se ver são paredes riscadas, mesas e cadeiras.
Essa é uma forma de destruir o patrimônio escolar. Muitas pessoas na nossa escola já se acostumaram a fazer essa destruição, coisa que não era pra ser considerada normal.
Já vimos muitos alunos, quando estão ansiosos para fazer alguma prova, riscarem carteiras e paredes sem perceber que estão destruindo o nosso patrimônio escolar. Tem muitos alunos que riscam por maldade mesmo, mas já vimos muitos alunos fazendo isso sem se dar conta do que estão fazendo. Nós entrevistamos uma estudante de psicopedagogia Cristiane Ferreira, para saber mais sobre a nossa ideia de que alunos podem estar com ansiedade.
Ela nos disse que a ansiedade pode se dar quando as pessoas estão preocupadas com algo. E no caso alunos podem sim ser que eles estejam com ansiedade. Ela também nos falou que para que isso se resolva é preciso prestar atenção em quem achamos que está com esse problema, tentar conversar, e se caso for mesmo esse o problema, precisamos levar quem está com ansiedade para o psicólogo. Por outro lado, não podemos afirmar que pessoas que riscam mesas e paredes podem estar com problemas de ansiedade, nesse caso só um médico profissional pode dizer ao certo.
Não dizem que o Brasil é um país de “todos”? Então devemos ficar atentos a todos pra que todo mundo tenha direito de se manifestar sem destruir o patrimônio público e evitar achar que tudo pode ser um problema mental.
PROFESSORES QUE DÃO AULA SEM DAR
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Nas escolas estaduais os professores adotam diferentes estratégias para dar uma aula. Alguns apenas escrevem o assunto no quadro e não explicam, outros ligam o Datashow e pedem pra gente copiar o que está projetado no quadro, outros passam atividade com umas vinte perguntas valendo dois pontos, tem uns que falam a aula inteira e não querem que a gente fale nada, tem outros que toda vez pedem pra gente fazer uma redação, alguns são um pouco sem noção que chegam na sala de aula só pra escrever um assunto pra logo passar atividade, e tem uma professora que “Meu Deus”, é a professora que chega na sala de aula e só sabe dizer “abram o livro na página tal”, mano, ela fala, fala desde o começo do ano, só tenho folhas dela e o assunto não muda! Cara! São as mesmas coisas sempre, enfim, os professores ministram a aula de diferentes formas em sala de aula. Um caso recente que vimos é de uma professora que mal dava aula, chegava na sala e não dizia nada, nem um “bom dia”, entrava na sala, escrevia uma atividade no quadro e nem explicava o assunto, sentava na cadeira do professor, apoiava o celular na mesa e ficava rolando o dedo pra cima e pra baixo na tela, parecia navegar na internet e como comprovamos, ficava no whatsapp a aula toda e ainda negava nos ajudar se pedíssemos para explicar o que era pra fazer.
Enquanto nós fazíamos o texto sobre essa professora, achamos que alguém “bateu” pra ela essa informação, fofocaram e a história chegou até ela, desde então ela tem melhorado algumas coisas como: quando ela chega dá bom dia e explica o assunto escrito no quadro, porém ela ainda fica no celular. Porém, isso dá pra mudar, basta o professor querer, pois nós sempre estamos aqui de “olho”.